NÃO É SÓ PELA IDADE

A decisão que impediria uma volta do Kiss, explicada por Paul Stanley

Banda garante que não irá retroceder na decisão de sua aposentadoria — até porque isso seria impossível por uma questão específica

Igor Miranda (@igormirandasite)

Publicado em 26/02/2025, às 12h31
Paul Stanley, vocalista e guitarrista do Kiss, em 2023 - Foto: Kevin Mazur / Getty Images for Live Nation
Paul Stanley, vocalista e guitarrista do Kiss, em 2023 - Foto: Kevin Mazur / Getty Images for Live Nation

Desde seu anúncio em 2018, a turnê de despedida do Kiss, End of the World, é alvo de piada por parte do público. Afinal de contas, a banda já realizou uma suposta tour final, Farewell Tour, no início do século. Mas desta vez a aposentadoria não será revogada — e não apenas pela idade avançada dos músicos.

Em entrevista ao podcast Off the Cupp with S.E. Cupp (via Blabbermouth), Paul Stanley mandou a real sobre a situação do Kiss enquanto marca e empresa. O vocalista e guitarrista reforçou o que já havia sido anunciado em 2024: tudo o que está relacionado ao grupo foi vendido para a Pophouse, empresa que irá montar um espetáculo de avatares com estreia prevista para daqui dois anos.

Ou seja, os músicos não poderiam voltar nem se quisessem, já que a propriedade intelectual não está mais com ele ou com seu parceiro, o cantor e baixista Gene Simmons. O artista de 73 anos explicou:

“Sou abençoado por ter feito o que fiz. E isso vai durar para sempre. Vendemos o Kiss, que é algo inédito, que nem existe no léxico da música. Vendemos tudo do Kiss meses atrás. O logotipo, a maquiagem, as músicas.”

A respeito do show de avatares — que contou com um pequeno spoiler no show final do grupo, em dezembro de 2023 —, Paul declarou:

“Haverá uma experiência musical incrível e envolvente que estreará em 27, na qual George Lucas (Star Wars, Indiana Jones) está envolvido. Esses personagens viverão para sempre. E nós estamos envolvidos, Gene e eu estamos envolvidos nisso. Então, sim, isso vive para sempre. Eu não consigo viver para sempre, mas o Starchild (personagem de Paul na banda) consegue.”
Paul Stanley, vocalista e guitarrista do Kiss - Foto: Daniel Pockett / Getty Images
Paul Stanley, vocalista e guitarrista do Kiss - Foto: Daniel Pockett / Getty Images

Paul Stanley: “o tempo é precioso”

Ainda durante a entrevista, Paul Stanley refletiu sobre a decisão de aposentar o Kiss. Diferentemente de Gene Simmons, o vocalista e guitarrista ainda não retornou aos palcos em carreira solo — e não parece disposto a voltar.

“Acho que no ano passado (2024), comecei a articular isso como se a vida fosse uma rua de mão única. E fica mais estreita. O tempo é precioso. Sinto falta de estar no palco na frente de 50 mil pessoas? Claro que sim. Michael Jordan (ícone do basquete) sente falta do que ele fez? Todos que alcançaram esse tipo de sucesso sente falta, mas há uma diferença entre sentir falta e desejar. Eu sinto falta, mas não há como voltar atrás.”

Na opinião de Starchild, seu trabalho se assemelha justamente ao de um atleta, seja no aspecto físico geral ou no vocal. Para ele, tudo que depende do corpo chega em um momento onde não se consegue mais executar. Mas, em suas palavras, “é a vida”.

Kiss - Foto: Kevin Winter / Getty Images
Kiss (E-D): Gene Simmons, Tommy Thayer, Eric Singer e Paul Stanley - Foto: Kevin Winter / Getty Images

Venda de catálogo e marcas

Em abril, o Kiss vendeu todos os direitos de seu catálogo e das marcas registradas — incluindo logotipo e desenhos das maquiagens — para a Pophouse. O valor seria de US$ 300 milhões.

A empresa se notabilizou por ter adquirido os direitos das músicas de Swedish House Mafia, Avicii e Cyndi Lauper. Também foi a responsável pelo espetáculo de avatares Abba Voyage, que está em cartaz no Reino Unido desde 2022.

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