As 50 melhores músicas de Lorde, segundo Rolling Stone
Dos clássicos de Pure Heroine aos novos sucessos de Virgin, aqui está o que há de melhor na discografia da cantora neozelandesa
Redação
Publicado em 27/06/2025, às 14h39
Desde os 16 anos, Lorde nos deu tudo. A estrela pop da Nova Zelândia pareceu surgir do nada em 2013, com seu primeiro single, "Royals", um dos maiores e mais amados sucessos do ano. Seu álbum de estreia, Pure Heroine, foi ainda mais forte: uma obra-prima do electro-pop que deixou claro que ela já sabia quem era, anos-luz à frente de artistas com o dobro da sua idade.
Na sequência, cada álbum expandiu essa visão, com Lorde aprimorando suas ferramentas como uma compositora ousada, enquanto continuava a experimentar novidades. Seja o art-pop de Melodrama ou o indie folk de Solar Power, a artista continua sendo ela mesma por completo. Aproveitando seu quarto álbum, Virgin, classificamos todas as músicas que Lorde lançou ou participou (excluindo remixes e gravações ao vivo). Veja a seguir.
50. ‘Meltdown’ - Stromae feat. Lorde, Pusha T, Q-Tip e Haim
Lorde fez um ótimo trabalho na curadoria da trilha sonora de Jogos Vorazes: A Esperança Pt. 1, embora a faixa de abertura do álbum, "Meltdown", possa ter exagerado um pouco. A música reaproveita o instrumental marcante de Stromae, "Merci", de Racine Carrée , e sobrepõe versos de rap de Pusha T e Q-Tip, vocais de Lorde e um final de Haim. O refrão de Lorde é provavelmente a única parte aproveitável da música, além da estrutura da música original de Stromae. — Tomas Mier
49. ‘Everybody Wants to Rule the World’ (2014)
A versão de Lorde para o sucesso pop do Tears for Fears, "Everybody Wants to Rule the World", é tão lenta e melancólica que é praticamente irreconhecível. A música, com a batida amenizada e a produção em ebulição, apareceu na trilha sonora de Jogos Vorazes: Em Chamas, combinando perfeitamente com os temas distópicos do filme e preparando-a para trabalhos posteriores na música da franquia. — Julyssa Lopez
48. ‘Million Dollar Bills’ (2012)
“Million Dollar Bills” é uma amostra inesperada de electro-pop, com tiques e bipes em direções aleatórias e otimistas enquanto Lorde canta sobre luxo e sonhos financeiros. É um lado diferente dela — ela até brincou que é o “tipo de artista que compõe algo e acha legal por umas 48 horas e depois odeia” mais tarde, ao discutir a música — mas ainda é inegavelmente cativante e soa quase como um precursor de seu hit “Royals”. — JL
47. ‘Kāhore He Manu E’ (2025)
Lorde permaneceu bastante discreta enquanto trabalhava em Virgin, mas voltou com um projeto sincero quando se juntou a Marlon Williams para “'Kāhore He Manu E.” A música não foi significativa apenas porque marcou a união de duas grandes estrelas da Nova Zelândia; também foi o primeiro álbum de Williams em maori. — JL
46. ‘Leader of a New Regime’ (2021)
O desejo de Lorde de se afastar do estrelato está presente em Solar Power, mas atinge com vívida especificidade nesta joia acústica de 93 segundos. Visualizando-se como uma refugiada de um apocalipse futuro não especificado, ela canta sobre pegar o último voo para fora da cidade com uma mala cheia de revistas e oferece um apelo que é muito identificável para os ouvintes na caótica década de 2020: "Ninguém, ninguém mesmo, será o líder de um novo regime?" — Simon Vozick-Levinson
45. ‘Biting Down’ (2012)
Este corte profundo de Pure Heroine é incomum, tendo aparecido inicialmente como a faixa final de seu EP de estreia, The Love Club. Sua performance é hipotônica, enquanto ela arrasta a voz: "É melhor morder". A cada poucos versos, ela perfura a declaração com refrões ainda mais ríspidos. "Respirei tão fundo que pensei que me afogaria", descreve Lorde em um deles, enquanto outro oferece: "A eletrônica do seu coração/Veja como eles se desintegram rapidamente". É tanto um desafio quanto um estudo de caso com um toque de letargia. — Larisha Paul
44. ‘Take Me to The River’ (2014)
Lorde nunca se esquivou de um bom cover, e quando foi convidada para participar de Everyone's Getting Involved: A Tribute to Talking Heads' Stop Making Sense, do Talking Heads, ela apareceu com sua versão de "Take Me To The River", o clássico originalmente gravado por Al Green em 1974 e depois repaginado por Brian Eno para o segundo LP do Talking Heads, More Songs About Buildings and Food. A versão de Lorde suaviza a música sem perder seu efeito vibrante e cativante. — JL
43. ‘The Man with the Axe’ (2021)
“Eu achava que era um gênio, mas agora tenho 22”, canta Lorde com o tipo de percepção que só um letrista verdadeiramente talentoso consegue transmitir às suas próprias páginas. “Man With the Axe” é uma de suas músicas mais emocionalmente nuas, uma onda de sentimentos mistos sobre composição, medo do palco e alguém que ela ama, mesmo quando parece que estão a cortando ao meio. “É engraçado porque é meio melancólico, mas também acho muito aconchegante”, disse ela em um vídeo faixa a faixa no Apple Music. “Para mim, soa muito particular — eu meio que nem gosto de pensar nas pessoas ouvindo, porque é só para mim.” — SVL
42. ‘Helen of Troy’ (2021)
“Helen of Troy” foi adicionada como faixa bônus de Solar Power meses após o lançamento do álbum, mas foi, na verdade, uma das primeiras músicas que Lorde fez com Jack Antonoff para ajudar a moldar os temas do projeto. “Eu não quero me perder, eu quero adorar o sol, ah/Se você quiser, pode vir”, ela canta. A faixa a mostra refletindo sobre seu sucesso e aparentemente fazendo alusão ao fato de ter sido excluída de uma apresentação solo no Grammy de 2018. O refrão ecoa a energia otimista que Lorde emula em todo o álbum. — TM
41. ‘Swingin Party’ (2012)
Lorde recriou um dos clássicos mais afetuosos escritos por Paul Westerberg para a versão estendida de Pure Heroine, e para uma geração de fãs, foi uma surpresa saber que, na verdade, é um cover do Replacements. Parte disso se deve ao fato de Lorde se sentir tão à vontade cantando sobre os momentos sóbrios após noites agitadas e festas sem fim, com o material se encaixando perfeitamente com muitas das ideias com as quais ela luta em sua música, permitindo que ela as torne suas. — JL
40. ‘Easy (Switch Screens)’ - Son Lux feat. Lorde (2020)
Lorde tem seus próprios códigos e estratégias para se sair bem em "Easy (Switch Screens)", sua colaboração com Son Lux. O disco reimagina a gravação original de "Easy", que ela fez pela primeira vez em 2014. Mas quando finalmente teve a chance de distorcer a música em 2020, ela fez mais do que simplesmente abrir o coração para facilitar a solidão. "Você troca as telas sobre o resto dos seus flows/Eles cutucam até conseguirem o que querem", ela canta sobre uma produção distorcida. No verso final, Son Lux muda a letra de "estar sozinho" para "sentir-se sozinho", uma verdadeira marca de que Lorde estava aqui. — LP
39. ‘Secrets from a Girl (Who’s Seen It All)’ (2021)
Assim como boa parte de Solar Power, “Secrets from a Girl (Who's Seen It All)” é uma faixa enganosamente alegre, levemente interpretada, com um fundo emocional. Através de vocais suaves e vibrantes, Lorde canta canções sobre crescer e se conformar com quem ela é, trazendo algum conforto para sua versão mais jovem. Produzida por Jack Antonoff, Lorde descreveu a música como um encontro entre Eurythmics e Robyn. — JL
38. ‘Ladder Song’ (2014)
Quando o diretor de Jogos Vorazes: A Esperança, Francis Lawrence, sentou-se para conversar com Lorde, ele disse ter ficado imediatamente impressionado com a forma como ela "entendia naturalmente" o filme. Ele queria que ela traduzisse seus sentimentos para a trilha sonora, para a qual ela compôs e também foi curadora, e um dos destaques foi o cover de "Ladder Song", do Bright Eyes. É mais uma interpretação inesperada de Lorde de uma música amada, mas a faixa já ostenta uma qualidade afetiva que Lorde reinterpreta com um toque extra de saudade. — JL
37. ‘Dominoes’ (2021)
Lorde entrega queimaduras devastadoras com facilidade e sem esforço em "Dominoes", uma crítica casual de um cara rico, vazio e atraente que flutua por sua existência privilegiada sem consequências ou reflexão — "Vá em direção à Nova Era, fugindo da sua tristeza", ela canta, antes de sugerir a escuridão que o alvo da música deixou em seu rastro: "Eu conheço/Conheço uma garota que conhece/Outra garota que conhece a mulher que você machucou." Em pouco mais de dois minutos, ela destrói um gênero inteiro de babacas mimados. — Jon Dolan
36. ‘Hold No Grudge’ (2021)
Nesta faixa bônus de Solar Power, Lorde supostamente "age de acordo com sua idade, não com seu horóscopo" e desafia o instinto escorpiano de, bem, guardar rancor. Mas isso não a impede de entregar versos autointitulados e abrasadores como "Há uma nova garota na sua música/Eu não sabia que poderia ser substituída" sobre licks de guitarra groovy. Ao final da música vacilante, Lorde se lembra de canalizar seu novo eu iluminado e desejar o melhor aos seus antigos amigos. — Maya Georgi
35. ‘Big Star’ (2021)
Com esta doce ode à sua cachorra Pearl, Lorde conseguiu captar a ternura e o calor especiais com que revisitamos a memória de alguém que realmente amamos. Embora o tom seja um pouco melancólico, há uma alegria na música, que Lorde compôs quando Pearl ainda estava viva e sentada sob o piano. "Olhei para baixo e pensei: 'Grande idiota. Você nunca vai saber que estou escrevendo esta música sobre o quanto eu te amo.'" — JL
34. ‘California’ (2021)
Há algo na maneira como Lorde canta "tequila" em "California", sobre os dedilhados suaves de um baixo Fender Jaguar, que provoca uma coceira no cérebro que só poderia vir de uma ode ao Estado Dourado. Mas a versão de Lorde é mais sutil do que a maioria. A cantora fala poeticamente sobre o bom tempo da Califórnia e as lojas de roupas vintage ainda melhores antes de optar por trocar as pressões e o esplendor de Hollywood por uma Nova Zelândia mais arejada e sonhadora — tudo isso enquanto faz referências melódicas ao The Mamas & the Papas. — MG
33. ‘Homemade Dynamite’ (2017)
Composta com a cantora Tove Lo, esta canção de Melodrama acabou definindo o tom sonoro de grande parte do segundo álbum de Lorde. Com seu refrão fácil e leveza direta, a canção cativante, segundo Lorde, era uma ode fluida ao "momento de cada noite em que todos estão em um bom nível e talvez as arestas... ainda não tenham se mostrado totalmente". — JAB
32. ‘White Teeth Teens’ (2013)
O que tornou Pure Heroine tão especial foi a facilidade com que Lorde capturou a experiência da maioridade. "White Teeth Teens" é uma abordagem sobre as pressões de panelinhas e o desejo de impressionar as pessoas ao seu redor. A música remete aos mesmos personagens de "The Love Club", apoiando os marginalizados em vez dos populares. Sonoramente, carrega a mesma energia nostálgica que define Pure Heroine como um todo. "Seus molares piscando como as luzes/No viaduto onde todos nós sentamos/E não fazemos nada, e amamos isso", canta Lorde. — TM
31. ‘Oceanic Feeling’ (2021)
“Oceanic Feeling” encerra a edição padrão de Solar Power com uma reflexão suave. Uma das poucas músicas que Lorde compôs inteiramente sozinha no álbum, abre com o som da água e se desdobra em uma reflexão sobre suas raízes neozelandesas, sua família e seu futuro. Ela se pergunta, sonhadora: “Se eu tiver uma filha/Ela terá minha cintura/Ou meu bico de viúva?/Meu temperamento sonhador ou meu lado perverso?” — TM
30. ‘Hammer’ (2021)
O último single lançado por Lorde antes de Virgin é sobre uma expectativa febril. A trilha sonora produzida por Jim-E Stack gira à beira do êxtase da pista de dança, impulsionada por golpes de teclado que evocam a descarga de serotonina de um hino rave old-school. A música cresce, mas a decolagem que pensamos estar esperando paira no ar, um encaixe perfeito para uma música onde Lorde canta com orgulho: "Estou pronta para sentir que não tenho as respostas." — JD
29. ‘Sober’ (2017)
Este destaque de Melodrama lembra "Royals" musicalmente, mas sua arrogância festeira é subvertida por uma sensação de ambivalência, enquanto Lorde olha para o momento inevitável em que ser "o Rei e a Rainha do fim de semana" pode não ser suficiente para sustentá-la. "Será que conseguimos manter a farsa?", ela pergunta enquanto a faixa suave e subterrânea da música a empurra para a próxima onda, que também pode ser a última. — JD
28. ‘Still Sane’ (2013)
Lorde se abre sobre sua nova fama em "Still Sane", que, surpreendentemente, é a faixa menos tocada de Pure Heroine no Spotify. "Eu ainda gosto de hotéis, mas acho que isso vai mudar/Ainda gosto de hotéis e da minha nova fama/Ei, prometo que posso ficar bem", ela canta. É um retrato comovente de uma Lorde adolescente lutando com o que significa viver sob os holofotes, já ciente de que ser "só trabalho e nada de diversão" pode ser a única maneira de sobreviver na indústria, embora isso possa "me fazer perder o controle". — TM
27. ‘Yellow Flicker Beat’ (2014)
Lorde sabe muito bem o que é ser coroada a voz de uma revolução na adolescência. Não é surpresa, portanto, que ela tenha se encaixado tão perfeitamente na perspectiva da heroína de Jogos Vorazes, Katniss Everdeen, aqui: entre zumbidos assombrosos e cordas estridentes, Lorde entrega uma performance industrial, quase vingativa. A recusa em participar do jogo é o que sempre a tornou a figura de proa perfeita, não para os adultos condescendentes que eram fascinados por sua angústia — mas também para os jovens que sentiam essa pressão. "Enlacei meus dedos e fiz uma pequena prisão/E vou prender todo mundo que já tocou em mim", ela canta. "Cansei disso." — LP
26. ‘Team’ (2013)
Se “400 Lux” é uma delicada carta de amor ao subúrbio, “Team” é a ode comemorativa à cidade natal de Lorde e a todas as cidades do mundo que nunca serão vistas na TV. Com sintetizadores poderosos e um baixo potente, a faixa é um dos hits pop mais propulsores de Lorde — e um dos seus maiores sucessos; “Team” marca o segundo single da cantora com maior sucesso nas paradas da Billboard 100. — MG
25. ‘Fallen Fruit’ (2021)
Uma lamúria que soa como uma canção de ninar, "Fallen Fruit" faz um apelo apaixonado por sanidade ambiental em contraste com dedilhados modestos e bonitos. Acompanhada por Clairo e Phoebe Bridgers nos vocais, Lorde entrelaça imagens bíblicas e psicodélicas enquanto lamenta a herança de sua geração de um mundo cada vez mais arruinado, atualizando a tradição de "Big Yellow Taxi", de Joni Mitchell, para o seu próprio momento. — JD
24. ‘Liability (Reprise)’ (2017)
Talvez uma das faixas mais subestimadas da discografia de Lorde, "Liability (Reprise)" encontra a cantora pela manhã, após uma noite de dança, com "toda a mágoa e traição" em Melodrama. Não há refrão, nem perfeição pop estrondosa, apenas pura autorreflexão e sintetizadores atmosféricos que pairam em torno de Lorde enquanto ela conforta a versão anterior de si mesma em "Liability" e promete: "Você não é quem pensava que era". O efeito é tão arrepiante que até a engenheira Laura Sisk teve uma crise de identidade após editar a música. — MG
23. ‘Solar Power’ (2021)
"Venha e deixe a felicidade começar", implora Lorde na radiante faixa-título de seu terceiro álbum. A música é apropriadamente bela e confiante, construindo uma faixa efervescente a partir do dance-rock do início dos anos 90, do pop orquestral californiano e do tipo de indie-folk introspectivo associado às backing vocals da música, Clairo e Phoebe Bridgers. "Você consegue me alcançar?", ela pergunta. "Não, você não consegue", como se estivesse se deleitando em um estado ensolarado só seu. — JD
22. ‘Magnets,’ Disclosure featuring Lorde (2015)
Disclosure e Lorde têm uma longa história, tendo se unido algumas vezes para diferentes mash-ups e remixes de "Royals" e "White Noise". Talvez seja por isso que a colaboração deles aqui pareça tão perfeita: Lorde traz toneladas de emoção e poder aos seus vocais, enquanto Disclosure mantém as coisas em movimento com sua assinatura cativante. — JL
21. ‘Glory and Gore’ (2013)
Um single tardio de Pure Heroine, "Glory and Gore" mostra Lorde imaginando o drama do ensino médio e a dinâmica social como um campo de batalha de gladiadores. Ela se torna um pouco pessoal em uma ponte estilo solilóquio, recitando: "Secretamente, você ama isso, você ao menos quer se libertar?/Deixe-me entrar no ringue, eu vou te mostrar o que essa palavra grande significa." Sua letra, no estilo Jogos Vorazes, a levou a um trailer de Vikings, do History Channel, em 2014. — TM
20. ‘Mood Ring’ (2021)
A alegre faixa de Solar Power ganhou sua luminosidade com vocais leves e off-air e dedilhados de guitarra mais cuidadosos, permitindo que Lorde lançasse um olhar satírico sobre os limites da cultura do bem-estar. Ela murmura sobre como a escuridão pode tomar conta, mesmo quando as pessoas estão acreditando nas falsas promessas de saúde holística: "Senhoras, comecem suas saudações ao sol/Transcendentais em suas meditações (amor e luz)/Vocês podem queimar sálvia, e eu limparei os cristais/Podemos ficar chapadas, mas só se o vento soprar." — JL
19. ‘Tennis Court’ (2013)
A cantora adolescente compôs um de seus primeiros sucessos criando uma metáfora e meditação sobre o envelhecimento e o futuro a partir das instalações esportivas de seu bairro. A música foi sua "maneira de se apegar a algo pessoal", disse ela em uma entrevista de 2013, enquanto "começava a viajar e deixar este pequeno mundo suburbano para trás". O resultado foi uma das primeiras músicas marcantes de Lorde, que destacava seu estilo de composição distinto e seu talento para articular emoções profundas em canções pop de três minutos. "Chame isso de tédio adolescente", como a própria Lorde disse. — JAB
18. ‘Man of The Year’ (2025)
Desde sua primeira balada comovente com "Liability", do Melodrama , Lorde desenvolveu um padrão de lançar faixas intimistas e de ritmo lento como segundo single de cada novo projeto. Em Solar Power, foi a sabedoria infundida com maconha de "Stoned at the Nail Salon". Para Virgin, Lorde pegou a energia crescente de "Love on the Brain", de Rihanna, e a transformou na faixa com influências de R&B "Man of the Year". À medida que a cantora revela mais e mais sobre sua identidade, a produção se desenvolve até desembocar em uma explosão climática de bateria. É suave, cativante e crua da melhor maneira possível. — MG
17. ‘Sober II (Melodrama)’ (2017)
“Sober II (Melodrama)” marca o momento da festa em que os favores começaram a se dissipar e o sol começou a nascer. “As luzes estão acesas e eles foram para casa, mas quem sou eu?”, pergunta Lorde sobre acordes de piano dissonantes e cinematográficos. A cantora ameniza a pergunta assustadora em uma faixa curta, porém sinuosa, que poderia facilmente ter sido um interlúdio de Melodrama. Em vez disso, com seu encantamento final (“nós dissemos que isso era melodrama”), a música é talvez a mais melodramática de todo o projeto. — MG
16. ‘A World Alone’ (2013)
Em “Tennis Court”, Lorde perguntou: “Você não acha chato como as pessoas falam?” O desenrolar que ocorre nas faixas que seguem em Pure Heroine oferece tópicos de conversa melhores do que qualquer coisa que essas pessoas tenham em mente. E se, em vez disso, pensássemos na passagem do tempo e em como não podemos recuperar nossa juventude depois que ela se vai? Quando chegamos ao fim, em “A World Alone”, Lorde se contenta com a única pessoa que realmente entende. Mesmo que apenas por um momento. “Eu sei que não somos eternos, somos um desastre esperando para acontecer”, ela admite. “As pessoas estão falando/Deixe-as falar.” — LP
15. ‘The Path’ (2021)
Em Solar Power, Lorde se destacou e renunciou à sua coroa de protagonista feminina do pop alternativo. Apropriadamente, “The Path” abre o álbum com um violão acústico cintilante e deslizante e instrumentais orgânicos, enquanto a cantora se recusa a atender ligações e relembra os piores momentos de sua fama na adolescência. A faixa se abre no refrão com ritmos radiantes, enquanto Lorde declara: “A salvadora não sou eu”. É uma música relaxante que funciona tanto como um mantra para a recém-descoberta Lorde quanto como um bálsamo para seus fãs. — MG
14. ‘Royals’ (2013)
Quando se trata de um avanço, você não pode ser mais especial do que "Royals", de Lorde. Coescrita com Joel Little, a faixa minimalista de electro-pop foi uma crítica auspiciosa aos estilos de vida materialistas e ostensivos da ingênua. A ascensão da música foi tão específica para aquela era inicial da cultura do streaming: Lorde a lançou pela primeira vez no SoundCloud em 2012 como parte de seu EP de estreia, The Love Club. Depois que o burburinho se tornou grande demais para ser ignorado, sua gravadora a relançou e logo um megahit nasceu: a música liderou o Hot 100 por nove semanas e foi remixada por The Weeknd e Rick Ross, entre outros. Lorde passou de uma adolescente neozelandesa normal para o tipo de estrela pop amada tanto por jovens de sua idade quanto por veteranos da indústria como David Bowie e Dave Grohl. — BS
13. ‘Perfect Places’ (2017)
O toque final perfeito para um álbum perfeito: quatro minutos de cantos ao final da noite, sobre estar sozinho e com medo, sobre ser "jovem e envergonhado", sobre desejar companhia. Escrita logo após as mortes de Prince e Bowie ("todos os nossos heróis desaparecendo"), mas a ambientação do primeiro verso explodiu o sistema de som em uma festa da qual ela foi co-dj: "Então, sim", disse Lorde. "Mais ou menos sobre mim. Estou uma bagunça." — JAB
12. ‘The Love Club’ (2012)
Na irmã gêmea menos popular, mas igualmente majestosa, de "Royals", Lorde se livra de uma panelinha do colégio com um estilo trip hop. "Estou sentada linda no trono, não há nada mais que eu queira, exceto ficar sozinha", ela canta com a mistura perfeita de apatia adolescente e charme. É uma faixa que se encaixa perfeitamente na coleção de hinos marginalizados de Lorde. — MG
11. ‘No Better’ (2013)
Leve e cadenciada, esta faixa profunda foi apresentada na edição deluxe de Pure Heroine. Seu timbre é mais doce que a escuridão pegajosa da estreia, com seu baixo nebuloso e elementos de trip hop. Assim como o restante do álbum, a força de Lorde está nos detalhes: pernas grudando nos assentos, uma amiga cabeça-quente, a mudança das estações, hálito fedorento, chiclete, uma reação alérgica. Ela usa tudo isso para transmitir aqueles sentimentos inebriantes de estar apaixonada de uma maneira que só Lorde consegue fazer. — BS
10. ‘400 Lux’ (2013)
Um dos destaques brilhantes da impressionante estreia de Lorde, "400 Lux", é a mais terna e lenta queima. Enquanto uma buzina soa em um ritmo simples, Lorde escreve sobre se apaixonar em meio ao mal-estar adolescente suburbano com o tipo de especificidade que se tornou uma marca registrada de sua obra. Ao compor a cena de viagens de carro passando rapidamente por árvores e pulsos pendurados ao volante, ela resume toda a sua emoção. — MG
9. ‘Girl, So Confusing’ - Charli XCX feat. Lorde (2024)
Quando Charli XCX lançou a faixa de Brat sobre a competitividade confusa da amizade feminina, os fãs rapidamente presumiram que ela estava cantando sobre Lorde. As duas eram fãs uma da outra e frequentemente se comparavam nos primeiros anos. Logo após lançar Brat, a dupla trabalhou no remix com um novo verso de Lorde, que reflete sobre como foi ouvir a música de Charli e aponta que sua distância era um produto de suas próprias lutas com seu corpo e senso de identidade. A música foi mais do que apenas uma colaboração de grandes nomes: foi uma conversa honesta entre velhas amigas que elas corajosamente compartilharam com o resto do mundo. — BS
8. ‘Writer in the Dark’ (2017)
Nesta balada esparsa ao piano, Lorde canaliza sua Stevie Nicks interior enquanto assombra seu amante e percebe que precisa seguir em frente. Sua voz percorre toda a sua extensão, de falsetes arrepiantes a um baixo pulsante, enquanto ela percebe que, embora sempre ame seu ex, será mais feliz e centrada sem ele. É "Silver Springs" à la Kate Bush, gélida e depois quente, e, no geral, transcendente. — BS
7. ‘What Was That’ (2025)
Na mesma linha de "Green Light", Lorde se reapresenta após um coração partido. "What Was That" tem um tom mais afiado, um pouco mais fragmentado do que ela jamais esteve antes. Ela se instala firmemente em seu novo lar, Nova York, preparando o cenário para seu nascimento musical em todos os lugares, desde o lugar onde mora até a casa de shows Baby's All Right, no Brooklyn. Na tristeza está o tipo de euforia que ela provavelmente sentiu ao tomar "MDMA no quintal" enquanto canta o refrão. — BS
6. ‘Hard Feelings/Loveless’ (2017)
Com a primeira metade de "Hard Feelings/Loveless", Lorde oferece uma das melhores meditações sobre desilusão amorosa de todos os tempos. A cantora relembra todos os detalhes dolorosos de seu primeiro amor em um poema repleto de vislumbres profundamente pessoais, cada um mais profundo que o anterior, até que Lorde desfere um soco no estômago: "Quando você supera um amante, o mundo inteiro sabe, menos você". Enquanto isso, a segunda metade da música é uma justaposição bombástica que mostra Lorde se inclinando para as tendências insensíveis dos casos amorosos modernos. É o melhor tipo de chicotada melodramática. — MG
5. ‘Stoned at the Nail Salon’ (2021)
Nesta doce e discreta faixa de Solar Power, Lorde prova que envelhecer ainda é assustador. Ela reflete sobre suas escolhas até agora, questionando-se se fez as erradas e se ainda há tempo para mudar. Ela está pronta para desacelerar, e o faz lindamente com o arranjo simples e folk que embala suas performances vocais delicadas e intimistas. Ela ainda é sábia para sua idade, questionando-se, em última análise, se esses grandes pensamentos poéticos são reais ou apenas o produto de estar, como o título indica, chapada no salão de beleza. — BS
4. ‘The Louvre’ (2017)
Nenhuma música capturou a ousada onda sonora de Melodrama como esta jornada por um novo amor, tão grandiosa que merecia ser exposta no famoso museu de Paris. Lorde compôs a música para encapsular "a grande estupidez ensolarada de se apaixonar", disse ela em uma entrevista. "É como se toda a sua cabeça fosse cola, é incrível." — JAB
3. ‘Bravado’ (2012)
Lorde lançou seu primeiro EP com "Bravado", uma faixa sombria e intensa que captura tudo o que ela tem de bom: vocais doloridos, produção melancólica, desenvolvimentos lentos e dramáticos. A letra parece quase nitidamente justaposta ao brilho musical da música, enquanto Lorde canta sobre encontrar confiança como artista: "Eu quero os aplausos, a aprovação", declara ela. Felizmente, com um arsenal de faixas tão boas quanto "Bravado", ela conquistou tudo isso e muito mais. — JL
2. ‘Green Light’ (2017)
A espera de quatro anos entre a estreia de Lorde e seu segundo álbum foi mais árdua do que qualquer outra espera de quatro anos entre álbuns para a cantora. Mas ela entregou algo magistral com "Green Light", o single principal de Melodrama . A ousada faixa dance-pop foi um retorno maduro, emocionante e maximalista da cantora. Depois de cenas de sua juventude na Nova Zelândia, Lorde agora revelava as realidades íntimas de lidar com desilusões amorosas enquanto estava no auge. Ela se juntou a Jack Antonoff desta vez, ainda no início de sua carreira na produção pop. O resultado é ousado e catártico, um post-mortem de término que celebra a dor tanto quanto a libertação quando você finalmente segue em frente. — BS
1. ‘Buzzcut Season’ (2013)
As memórias de Lorde retêm um excesso de detalhes quando se veem reformatadas nessas breves cápsulas sonoras. “Buzzcut Season” é uma de suas mais visceralmente vívidas. Ela descreve chamas deixando beijos em um couro cabeludo chamuscado, cabelos desfiados prontos para serem levados pelo zumbido. O disco também é vívido em seu relato de como a música e a tecnologia ofereceram uma grande fuga para uma geração que assistia à desintegração de seu futuro, lentamente a princípio, e depois com velocidade cada vez maior. “Explosões na TV/E todas as garotas com cabeças dentro de um sonho/Então agora moramos à beira da piscina/Onde tudo é bom”, ela canta, com uma curiosidade infantil na voz. “Os homens no noticiário/Eles tentam nos dizer que vamos perder/Mas é tão fácil neste azul/Onde tudo é bom.” — LP
Artigo publicado em 10 de junho de 2025 na Rolling Stone. Para ler o original em inglês, clique aqui.
+++LEIA MAIS: Lorde diz que perdeu o medo de palco após terapia com MDMA
+++LEIA MAIS: Lorde diz que Solar Power não a representa: 'Percebi que isso não era eu'