É o momento perfeito para uma reunião do Pulp
Os ícones do Britpop dos anos 1990 estão de volta com um excelente novo álbum, ao mesmo tempo em que inspiram uma nova geração de fãs
Rob Sheffield para a Rolling Stone EUA
Publicado em 30/05/2025, às 19h01
É um retorno pelo qual os fãs esperaram durante anos: a volta do Pulp. Trinta anos depois de Jarvis Cockercantar “Vamos todos nos encontrar no ano 2000”, a adorada banda do Britpop finalmente está de volta. Mesmo após as bem-sucedidas turnês de reunião em 2011 e 2022, ninguém ousava sonhar com um novo álbum da banda responsável por clássicos dos anos 90 como Different Class e This Is Hardcore — até agora. Mas o novo e brilhante álbum More será lançado em junho. “Faz 24 anos desde o nosso último disco”, diz Cocker. “O que, sinceramente, me deixa intrigado”.
O Pulp teve uma trajetória histórica como a grande banda britânica de sua geração, com Cocker consolidado como um dos grandes contadores de histórias do rock e ícone da moda trash de brechó. Eles passaram anos na obscuridade como uma banda indie ignorada, vindos da difícil cidade industrial de Sheffield, no norte da Inglaterra. Só explodiram nos anos 90, com a onda do Britpop, graças ao hit “Common People”, que misturava sexo e consumo. Mas sempre seguiram seu próprio estilo — um cruzamento entre o glam rock dos anos 70 e o synth-disco dos anos 80, naquele beco entre a biblioteca e o clube gótico. Com seu sarcasmo afiado característico, Cocker transformava detalhes banais do cotidiano em clássicos como “Disco 2000” e “Do You Remember the First Time?”.
Mas em More (que será lançado em 6 de junho), o Pulp se aventura por um novo território: a vida adulta. “Alguém me disse que o álbum é ‘apropriado para a idade’”, conta Cocker. “Não sei se levo isso como um elogio ou não, mas acho que devo — afinal, sou um adulto”.
Hoje, Cocker está sentado no Katz’s Delicatessen, o restaurante mais lendário do Lower East Side. Aos 63 anos, ele mantém todo o charme do gentleman do rock britânico, em uma tarde fria e chuvosa. Está empolgado para experimentar pela primeira vez a culinária de um deli nova-iorquino — blintzes de queijo e sopa de galinha. O local está lotado, com fila na porta e uma equipe famosa por ser ríspida, mas há algo no carisma lendário de Jarvis que os faz, inesperadamente, deixá-lo à vontade para conversar por horas. Ninguém o reconhece — mas não importa. É quase uma lei da natureza: ninguém reclama da presença dele em um ambiente. Ele se anima ao notar que está sentado sob uma foto emoldurada de Jerry Lewis e tira uma foto — a única vez que pega no celular.
Algumas das novas músicas do Pulp são esboços antigos finalizados agora; a maioria é totalmente nova, lapidada em passagens de som e ensaios durante a turnê de reunião de 2022. “‘Grownups’ é a mais antiga do disco”, diz ele. “Sempre teve esse nome, mas eu simplesmente nunca conseguia escrever a letra. Então é quase um alívio, depois de quase 30 anos, finalmente ter conseguido. Acho que talvez seja isso — talvez a música tenha, enfim, crescido”.
Reuniões de bandas costumam ser meio tristes — alguém precisa de dinheiro, alguém ainda guarda mágoas. Mas essa tem uma aura calorosa e gentil. O Pulp continua sendo um grupo de amigos de infância, com o núcleo formado por Nick Banks na bateria, Mark Webber na guitarra e Candida Doyle nos teclados. Agora expandido para uma formação de dez integrantes, com uma seção de cordas marcante. A balada madura “Farmer’s Market” resume o espírito do álbum. “Achávamos que estávamos apenas experimentando sonhos”, canta Cocker. “Não sabíamos que ficaríamos presos neles para o resto da vida”.
O Pulp perdeu fôlego no início dos anos 2000, mas todos seguiram com suas vidas. Cocker, no entanto, permaneceu como um dos nomes mais requisitados do pop. Sua banda Jarv Is lançou o ótimo Beyond the Pale em 2020, com o hino pandêmico “House Music All Night Long”. Ele colaborou com nomes como Nancy Sinatra e Chilly Gonzales, e até tocou no baile de Hogwarts em Harry Potter e o Cálice de Fogo. Virou apresentador de rádio no Reino Unido, com os programas Domestic Disco, e publicou o livro-manifesto Good Pop/Bad Pop. Também se aventurou em projetos underground como a dupla eletrônica pervertida Relaxed Muscle, ao lado do amigo Jason Buckle — que agora integra o Pulp.
O maior impulso para More veio da morte de um velho companheiro — o baixista Steve Mackey, que não só era membro da banda, mas braço-direito de Cocker na carreira solo. “Quando Steve morreu, por mais clichê que pareça, isso serviu como um alerta”, diz Jarvis. “Nos fez perceber que ainda temos uma chance de criar. Temos tempo para fazer algo, enquanto ainda estamos aqui. Se você ainda está vivo, ainda pode criar. Então é agora”. Assim, reuniu os antigos parceiros. “Disse: ‘Vamos nos encontrar no começo do ano que vem e fazer alguns ensaios. Cada um traz umas ideias e vemos o que rola.’ Foi assim que começou. Sem pressão — não tínhamos contrato com gravadora nem nada. Só para ver se ainda dava certo”.
Um dos momentos mais incríveis da turnê de 2022 foi o entusiasmo do público com as músicas novas. “Ressuscitamos essas canções, algumas bem antigas”, disse ele num show em Nova York, antes de soltar as seis palavras mais temidas por qualquer plateia: “E agora, uma música nova”. É a hora em que todo mundo geralmente corre pro bar ou pro banheiro. Mas nesse caso, a reação foi de aplausos — gritos, na verdade — ao ouvir material inédito do Pulp. Especialmente o hino synth-glam ao estilo Bowie, “Spike Island”, onde Cocker reflete sobre os sonhos de juventude que naufragaram (“Nasci para me apresentar, é um chamado”), e como tudo se perdeu. Como canta ele: “O universo deu de ombros e seguiu em frente”.
“Outra coisa foi que me casei em junho”, conta. “Estávamos juntos há muito tempo, nos separamos em 2018 por um ano, depois voltamos. Tive sorte de conseguir recuperar o relacionamento. Lidar com mudanças é o truque da vida — não que eu saiba ao certo o que isso quer dizer, mas, pela experiência, acho que é isso. Sempre tive esse problema com mudanças. Mas você tem que tentar surfar a onda, em vez de ser engolido por ela”.
Gravaram o álbum em apenas três semanas — bem diferente dos velhos tempos.
Foi tudo muito rápido, embora algumas músicas já existissem há bastante tempo”, ele diz. “Acho que a banda ficou mais chocada que eu, porque eles sempre tinham que lidar com a minha demora para escrever letras, com toda aquela dor de esperar até eu acertar. Estavam se preparando para isso de novo, mas acabou que não foi assim. Então, vejo isso como um sinal de que era algo que estava pronto para acontecer”.
Cocker tem um histórico de colaborações variadas. Ainda assim, More tem o som clássico do Pulp, evocando o brilho decadente de His ’N’ Hers ou Different Class. “Acho que o que mais define o som do Pulp é o fato do Nick, o baterista, tocar muito alto, e isso faz todo mundo se esforçar para ser ouvido por cima. Então sempre tem muita energia, porque todos estão tentando se sobressair no meio da barulheira. E, claro, a Candida tem problemas de mobilidade” — ela convive com artrite desde a adolescência — “então ela precisa criar partes que funcionem dentro do que consegue tocar. Cada um tem suas limitações, e isso acaba moldando o som. Ainda bem que os temos. Às vezes é frustrante — todo baterista ouve reclamações por acelerar demais. Mas ‘Common People’ acelera uns 20 BPM! É isso que dá energia à música”.
O produtor James Ford (Arctic Monkeys, Fontaines D.C.) não tentou disfarçar essas peculiaridades. “Desde o começo, era o único jeito que sabíamos fazer”, diz Jarvis. “E naquela época nem existia Pro Tools, então não dava para ‘massagear’ tudo e deixar perfeitamente sincronizado. Mas qual é o sentido de fazer música humana se ela não tem personalidade?”.
Depois do fim da banda, Cocker se manteve em evidência, mas os colegas voltaram a uma vida comum em Sheffield. O divertido documentário Pulp: A Film About Life, Death and Supermarkets (2014) tem uma cena em que Nick Banks se gaba por patrocinar o time de futebol da filha adolescente, enquanto ela revira os olhos por causa da “banda ridícula do meu pai”. “Nick toca numa banda de Sheffield chamada Everly Pregnant Brothers, que faz shows locais”, conta Cocker com orgulho. “Eles fazem versões folk de músicas famosas, mas com letras sobre South Yorkshire. Tipo, tem um molho famoso lá chamado Henderson’s Relish. Eles pegam ‘Yellow’ do Coldplay e transformam em ‘It was all Hendo’s’”. E assim vai o glamour do rock & roll. “A Candida virou terapeuta, trabalha com pessoas que passaram por traumas. E o Mark sempre teve interesse por cinema experimental — já publicou livros sobre isso. Mas nem ele nem Candida tinham feito música por anos”.
O que os motivou a tocar de novo? “Liguei pra eles”, diz Jarvis.
Nos encontramos na minha casa, perto de Sheffield, e conversamos. Depois fizemos um ensaio improvisado — felizmente não gravado — com os instrumentos na minha sala. Tocamos umas quatro músicas e dissemos: vamos tentar. Acho que foi por curiosidade”.
A turnê anterior, de 2011, foi dedicada aos clássicos — eles se orgulhavam de não usar aquilo para promover um novo disco, mas sim prestar homenagem ao catálogo. Também era uma forma de resolver pendências emocionais. “Queria dar um fim digno”, admite Cocker. “Achei que o Pulp tinha acabado de um jeito meio esquisito. E o [guitarrista] Russell [Senior] tinha saído da banda, o que me deixava mal”. Senior foi figura central até 1997, quando saiu no auge da fama — hoje é antiquário. “Convidamos ele de volta”, lembra Jarvis. “Ele chegou a tocar com a gente um tempo, estava planejando vir para os EUA, mas não entra mais em avião. Tentou pegar um barco, mas não rolou. Desistiu”.
Quem viu aquela turnê sabe que foi um sucesso retumbante — musicalmente, comercialmente e emocionalmente. “Achei que aquilo seria o ponto final”, diz Cocker. “Um jeito de fechar a história de forma bonita, deixar uma boa lembrança — e foi exatamente isso que aconteceu”.
O quarteto principal compartilha uma longa história. “Isso é o melhor de tudo”, diz ele.
Porque a gente não convive muito fora da banda. Antes de voltarmos a tocar, a gente se via talvez uma ou duas vezes por ano. Então foi um prazer perceber que ainda conseguíamos tocar juntos, criar algo juntos. Acho que todos ficaram felizes com isso”.
De fato, a cumplicidade no palco é perceptível da plateia. “Que bom que passa essa sensação — talvez sejamos só ingênuos”, diz ele. “Vi o Fleetwood Mac com o Lindsey Buckingham, antes dele ser chutado de novo. Entendi por que ele era meio irritante, falava demais com o público, e dava pra ver a reação dos outros. [Suspiro.] Nós demos sorte de nenhum de nós ter irritado o resto. Ainda estamos conversando, veja só”.
O Pulp sempre teve uma conexão forte com sua cidade natal, que inspirou faixas como a eletrônica-safada “Sheffield: Sex City”, de 1992. Uma das faixas mais impactantes de More, “My Sex”, fala da criação de Cocker com a irmã, criados por uma mãe trabalhadora num ambiente feminino. “Cresci num bairro onde os homens sumiram”, lembra. “Todos os pais foram embora. O meu, o marido da minha tia, o da melhor amiga da minha mãe — todos desapareceram quase ao mesmo tempo. Meu tio tinha morrido, então o único homem na minha vida era meu avô. E eu não conseguia imaginar ele transando, basicamente. Então, na puberdade, queria entender o que era isso, e acabava ouvindo escondido as conversas da minha mãe com as amigas. Elas estavam tentando sair com alguém, falavam de tudo. Foi assim que aprendi — sob a perspectiva feminina”.
Isso influenciou sua confusão sexual na adolescência. “Já era difícil pra mim namorar, porque eu era tímido. E esses sinais mistos não ajudaram”, diz ele. Mas esse sempre foi um dos traços que tornaram Cocker um ícone — e um símbolo sexual improvável: ao contrário de muitos colegas do Britpop, sempre teve fascínio por personagens femininas, em faixas como “Inside Susan” ou “Underwear”. “Sempre me dei melhor com mulheres do que com homens, porque tive mais experiências nesse convívio — e tudo bem”, diz ele. “Já escrevi músicas sob a perspectiva feminina, de forma até presunçosa...”.
Uma de suas novas inspirações em More é um poeta do rock a quem ele nunca deu muita atenção — até agora. “Comecei a ouvir Bob Dylan pela primeira vez”, ele conta. “Comecei no trem. Foi por uma questão prática, porque a linha Victoria [do metrô de Londres] é muito barulhenta. Você só aguenta se andar com os dedos nos ouvidos. Então pensei: em vez disso, posso ouvir Bob, com Blood on the Tracks. Fiquei viciado em ‘Tangled Up in Blue’, e depois, qual é a próxima? ‘Simple Twist of Fate’. Ele conta uma história de um jeito tão mágico”.
Para um fã excêntrico como Jarvis Cocker, faz sentido que sua fase adolescente de obsessão por Dylan tenha chegado só aos sessenta. "Comecei a ouvir porque vi ele em Londres, na turnê Rough and Rowdy Ways. O palco estava bem escuro, mas eu gostei disso — parecia que você estava assistindo a uma sessão espírita, como se eles estivessem tentando fazer contato com espíritos. Ele estava tocando piano, só encostado nele. Tocou aquela música ‘Key West’ e foi simplesmente a coisa mais incrível — parecia prestes a desaparecer. Fui procurar saber mais sobre Key West — é quase como uma ilha, não é? Mas ainda não sei do que aquela música fala. ‘Murder Most Foul’ — quando ouvi pela primeira vez, simplesmente não consegui acreditar”.
Para alguém que sempre defendeu o “lixo pop” com tanto entusiasmo, Cocker parece surpreendentemente desconectado do rádio atual. As ondas do dial estão cheias de jovens estrelas que constroem narrativas com um olhar para detalhes banais ao estilo Jarvis — de Chappell [Roan] a Billie [Eilish], passando por Olivia [Rodrigo]. Mas, ao ser perguntado sobre qualquer uma delas, ele sorri educadamente e diz: “Vou dar uma olhada depois”. Só para citar o exemplo mais gritante: “Pink Pony Club” é praticamente um sucesso do Pulp que nunca aconteceu.
“Não tenho nenhum conhecimento sobre pop atual”, ele admite. “Eu ouvia o programa de paradas no Reino Unido — sempre passava aos domingos — mas acho que não faço isso desde o começo do milênio. Então meu retrato do pop é bem antiquado. Taylor Swift? Ouvi porque a filha do Mark gosta muito — ele já levou ela para ver a Taylor algumas vezes. Mas eu mesmo não conheço as músicas”.
Ele fica surpreso ao saber que fãs jovens estão descobrindo o Pulp pelo TikTok.
Sério? Nunca nem entrei no TikTok. Tentei o Twitter uma vez e absolutamente detestei — saí em meia hora. Mas gostei do Instagram — é como mandar um cartão-postal”.
Mas o timing de More é perfeito — especialmente nos Estados Unidos, onde o Pulp é muito mais famoso agora do que durante seus anos de atividade.
Cocker está abertamente perplexo com o apelo intergeracional da banda.
De fato, investi muito da minha vida escrevendo músicas”, ele diz. “E às vezes minha vida real sofreu por causa disso, porque eu dizia coisas nas músicas que não dizia para pessoas com quem me relacionava. Isso me causou problemas. Não é algo legal de se fazer. Mas a verdade é que você não tem muito controle sobre isso. Às vezes você senta para escrever uma música e nada acontece. É horrivelmente frustrante.
Por isso tentei me aposentar algumas vezes, mas sempre acabo voltando. É como um truque de mágica, sabe? Você entra em contato com algo que não entende completamente, e quanto mais tenta entender ou controlar, mais isso escapa. Se você tenta agarrar, ele desaparece”.
“Grownups” é uma música que ele passou anos tentando “agarrar”, mas que acabou virando o ponto central de More — de tantas maneiras, ele e a música cresceram juntos.
"Eu estava tremendo de muletas”, ele canta. “Mais morto do que vivo / Era o Natal de 1985”.
É um relato autobiográfico de sua juventude desastrosa, quando ele tinha 22 anos.
“Foi quando saí do hospital”, ele relembra.
Tinha caído de uma janela, e me deram alta no dia anterior ao Natal. Acho que aquilo foi um passo rumo à maturidade. Eu tinha saído da escola e estava tentando fazer a banda acontecer, mas não estava funcionando. Aí acabei caindo da janela e tive bastante tempo para ficar deitado e pensar nas coisas. Decidi que ia ter que sair de Sheffield e tentar outra coisa”.
Naquele inverno, ele também começou o que viria a ser um relacionamento duradouro.
“A noite que descrevo na música, quando fui à casa dela pela primeira vez — foi um momento muito importante pra mim”, ele diz. “Foi estranho porque, na manhã seguinte, veio a notícia da explosão do ônibus espacial [Challenger]. Naquela fase da minha vida, eu costumava interpretar eventos do mundo exterior como presságios. Eu era uma criança que pensava: ‘Quando eu crescer, vou para o espaço!’ Mas o fato de a nave ter explodido me fez pensar: ‘É isso. Agora você está num relacionamento e não pode mais ir pro espaço’. Pensamentos bem imaturos, enfim”.
Mas aquele Jarvis de 22 anos passou anos esculpindo essa música, transformando “Grownups” em uma declaração definitiva.
“A última parte que finalizei foi o trecho falado sobre aquele sonho de ir para outro planeta, olhar para trás e ver de onde você veio, mas não conseguir voltar”.
Foi um sonho que tive há dez anos. Parecia combinar com o clima. É a música mais antiga, mas agora também é a mais longa do disco — tem mais palavras que qualquer outra. Então, pelo menos, quando finalmente terminei, deu pra ver que trabalhei bem nela”.
Para uma carreira marcada por acidentes de sorte e desastres bizarros, More funciona como um resumo da jornada de Cocker e seus colegas de banda ao longo dos anos. “Foi tudo bem fácil”, ele diz, com um sorriso meio culpado.
Pode parecer que sou preguiçoso ou algo assim, mas é uma coisa que aprendi — quando as coisas estão funcionando, é assim que elas fluem. Você precisa estar pronto para receber a mensagem quando ela vem. E se estiver pensando demais, ela simplesmente bate em você e vai embora. Mas se você estiver aberto, ela passa — e você ajusta um pouco, enquanto ela atravessa você. Mas não é como se você tivesse criado aquilo. Algumas músicas são antigas, outras são novas, mas tudo estava pronto para acontecer. Só poderia ter acontecido agora, depois de tudo o que passamos, e que nem sempre foi muito prazeroso”.
É da natureza dele desconfiar da boa sorte, mas está finalmente aprendendo a aceitá-la. “Música é pra ser simples”, ele diz. “Quer dizer, a VIDA é pra ser simples — mas nem sempre é. Então é ótimo quando é”.
Este texto foi originalmente publicado na Rolling Stone EUA, por Rob Sheffield, no dia 23 de maio, e pode ser conferida aqui.
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