NADA A SE QUEIXAR

O raro músico que não reclama dos pagamentos do Spotify

Artista diz ter feito um "acordo incrível" com o aplicativo de streaming quando ele havia acabado de ser lançado e está satisfeito

Spotify - Foto: Michael M. Santiago / Getty Images
Spotify - Foto: Michael M. Santiago / Getty Images

Um músico de notoriedade mundial vai na contramão da comunidade artística quando o assunto e pagamentos do Spotify. Steve Lukather, guitarrista do Toto, é um dos raros a não se queixar da política de remuneração do aplicativo de streaming.

Segundo o artista, que também já tocou com Ringo Starr, Boz Scaggs e outros, ele conseguiu um contrato lucrativo com a plataforma de streaming. O segredo? Negociou ainda no início da existência da ferramenta.

Lukather falou a respeito do assunto em entrevista ao The Times. Curiosamente, ele estava resignado com a fatia de impostos que precisa ceder:

"Fiz um acordo incrível com o Spotify quando ele tinha duas semanas. Mas não se trata de dinheiro, embora todo mundo precise de dinheiro. Tenho quatro filhos e duas ex-esposas, e o fisco fica com 50%. Vou deixar por isso mesmo."
Steve Lukather, do Toto, em 2025
Steve Lukather, do Toto, em 2025 - Foto: Brittany Long / WireImage

O Spotify não possui uma tabela de preços única para todos os artistas. O valor pago pelo aplicativo varia de acordo com diferentes fatores, como o tipo de conteúdo (música ou podcast) e de usuário (gratuito ou assinante) que dá play.

No entanto, é estimado atualmente que o valor gire em torno de 0,003 e 0,008 dólares por cada reprodução. Além disso, o próprio Spotify retém cerca de 30% da receita total gerada por uma determinada banda ou artista.

Steve Lukather, Toto e o novo público no Spotify

O que explica em partes a satisfação de Steve Lukather com seu lucro no aplicativo é, também, o crescimento do interesse do público pelo Toto. Em julho de 2024, a banda teve um pico de desempenho e alcançou mais de 3 milhões de reproduções por dia. A maioria veio de ouvintes com 34 anos ou menos.

Lukather comemora a aparente renovação de audiência:

"É impressionante – isso está realmente acontecendo. Temos um público que nunca nos conheceu antes. Eles simplesmente dizem: 'Eu gosto dessa música', sem ter ideias preconcebidas sobre o que ela é. Hoje, eles têm um bilhão de opções e ainda assim nos escolhem."

Muito disso se deve ao hit "Africa", lançado no início da década de 1980. A faixa do álbum Toto IV voltou ao imaginário popular nos últimos anos devido a uma série de aparições midiáticas e uma regravação — feita na brincadeira — do Weezer. Como resultado, a canção original acumula mais de 2 bilhões de streams no Spotify.

Treta com o Weezer

Curiosamente, porém, a relação de Steve Lukather com Rivers Cuomo, vocalista e guitarrista do Weezer, não é das melhores. Em entrevista à 99.5 KLOS (via American Songwriter), o veterano disse que Cuomo não respondeu de forma satisfatória às suas tentativas de contato. Também na opinião dele, o grupo surgido na década de 1990 disponibilizou a releitura como forma de deboche — e o tiro saiu pela culatra.

“Não sei se ele ama essa música, cara. Acho que ele fez isso para tirar sarro, mas explodiu na cara dele. Agora, ele tem que tocá-la toda noite. Tentei entrar em contato com o cara e ser amigável, mas ficou estranho. Não quero entrar em detalhes. Paz e amor. Foi bom para eles, bom para nós, Deus os abençoe.”

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